E com um pequeno detalhe: eu cheguei com a roupa do corpo sem nada além do meu computador e meus documentos, de calça, bota, blusa de manga comprida... Mesmo morta de cansada fui ao shopping comprar algumas coisas básicas pra que eu pudesse usar nos próximos dias sem mala, que eu esperava que fossem bem poucos!
Nas minhas malas não vinham apenas roupas, dentro delas haviam muitos presentes, toalha de mesa para o natal, enfeites de natal (que eu falei pra minha mãe não comprar, já que eu traria), um álbum especial que fiz para os meus pais, a roupa que eu usaria no natal, inclusive uma das malas em si era um dos presentes para a minha irmã, comidas vegetarianas para mim e tantas outras coisas que somavam 38 kilos.
O desespero começou a bater, e o mais irritante de tudo isso são os espíritos de porco que a gente vai encontrando pelo caminho pra te dizer: "O pior é que as vezes eles nunca encontram, né??" ou "É capaz das malas chegarem aqui quando você já tiver voltado pra Suécia". Poxa, por que existe gente assim? Se não se tem nada bom pra dizer, é melhor ficar calado, certo?
Bom, meu pai acabou tomando minhas dores, e entrou em contato com um setor chamado "Fale com o presidente da Tam". Finalmente fomos bem atendidos, e por alguém que realmente parecia ir atrás do problema. Abrimos um protocolo e voltamos à esperar.
No sábado de manhã, 25 de dezembro, ligamos para saber se a Tam tinha notícias, e depois de muito insistir e pegar no pé, ficamos sabendo que as malas deveriam ter chegado no aeroporto de Porto Velho na madrugada de sexta para sábado, mas quando chegamos no aeroporto ninguém achou minhas malas. Cheguei realmente a achar que esse pesadelo nunca chegaria ao fim, e que talvez fosse possível que as malas tivessem sido roubadas em algum aeroporto.
No domingo meu pai já tinha ligado para Guarulhos e Cuiabá (onde as malas teriam feito escala) e ninguém estava com as malas. Ele foi então mais uma vez pessoalmente ao aeroporto. Um dos funcionários da Tam era inclusive meu amigo, e pediu que procurassem por malas que tivessem "Lua Dandara" escrito, mas pelo visto não tinha. Sem desistir, meu pai perguntou: "Não tem aí dentro uma mala cinza e uma vermelha???" Eles responderam que sim, mas que havia viajado com a Tap e não Lufthansa. Insistindo, meu pai disse: "Mas não será possível que as malas tenham viajado com outra companhia aérea?" Foi então que perguntaram: "Tem Rangel no nome dela??" É claro que tem!
Consegui recuperar minhas malas, mas não sem passar muito tempo no telefone, sendo algumas ligações interurbanas e internacionais, idas e vindas ao aeroporto, horas de preocupação e stress, noites mal dormidas, intensas reclamações com a Tam e muita paciência e esperança.
Com tudo isso eu levo de lição que eu devo marcar muito bem minhas malas, com fitas coloridas e com meu nome, endereço, telefone e email em lugares seguros que não caiam depois de uma longa viagem. De agora em diante, irei fotografar minhas malas, evitando o problema de eu não lembrar detalhes da aparência dela.
Por onde minha bagagem passou eu não sei, imagino que tenham vindo em caminhos separados, pois tinham datas diferentes e uma delas constava "Fortaleza". Se minhas malas falassem, provavelmente teriam muita coisa pra contar! Mas por enquanto, eu mantenho a minha versão da história!
Ps.: As fotos são do meu natal, pra alegrar um pouco o post! E a últma é a foto que tirei da minha mala na viagem de volta.