Livro sueco: O hipnotista

O último livro sueco que li foi "Hypnotisören", ou melhor "O hipnotista", do autor pseudônimo Lars Kepler. Na verdade o livro foi escrito pelo casal Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril, ambos suecos.


O livro é um romance policial, típico sueco, que aqui eles chamam de "deckare", que é aquela história estilo "CSI", em que acontece um crime e o personagem principal tenta desvendar o mistério. Esse tipo de romance é muito popular na Suécia e tem conquistado o mundo desde o sucesso da trilogia de Stieg Larsson - Os homens que odiavam as mulheres.

A história gira em torno do policial Joona Lina e do médico Erik Maria Bark, que recebe um paciente em trauma e o hipnotiza para descobrir o que aconteceu. Mas o fato dele hipnotizar esse paciente acaba desencadeando muitos outros mistérios e problemas.


Eu não gosto de contar muito porque senão estraga justamente a melhor parte de um livro: o mistério!

O livro começa super interessante e realmente prende o leitor. Pessoalmente fiquei meio desapontada porque assim que passa esse começo emocionante a história fica meio lenta e o resto do livro não tem muito a ver com a primeira parte da trama. Mas tudo bem...

Já foi traduzido para 29 línguas, foi lançado em Portugal em maio desse ano, mas pelo visto ainda não chegou no Brasil. Imagino que não irá demorar muito!

Não é meu livro preferido do ano, mas recomendo!

Salão de beleza fica em casa

Atendendo à uma pergunta enviado por email, vim contar como são os salões de beleza na Suécia.

Bom, eu nunca fui "rata de salão" no Brasil, mas gostava de ir fazer a unha de vez em quando, depilação, escova no cabelo e etc, como praticamente toda brasileira.


Mas depois que mudei para a Suécia, minhas visitas ao salão são de fato inexistentes. Sim, é muito caro! Mais uma grande diferença, que faz muitas brasileiras sofrerem! hehe

É claro que existem salões, mas na sua maioria, são apenas para cortar, tingir e cuidar dos cabelos. Perto da minha casa, por exemplo, tem 3 salões, mas nunca fui em nenhum deles.

Cortar o cabelo é uma coisa mais "necessária", e eu tive a sorte de que a tia do Eric é cabelereira e ela que corta meu cabelo (de graça, claro! haha). Pra vocês terem uma idéia o preço apenas para cortar o cabelo no salão dela é de 120 reais!
Por essas é outras, é muito comum as mães cortarem os cabelos dos próprios filhos (até hoje quem corta o cabelo do Eric é a mãe dele).

Os preços variam bastante, mas um corte de cabelo costuma custar entre 50 e 90 reais. Mais barato que isso, só cortando com estudantes ainda não formados cabelereiros.

Todo o resto eu faço sozinha. Eu sempre gostei de pintar as unhas, por isso antes de me mudar para a Suécia comprei o kit completo: alicate de unha, cortador de unha, lixa de unha, base, óleo secante e muuuuitos esmaltes, de todas as cores possíveis! E minha mãe constantemente me manda esmaltes novos! (Esmaltes na Suécia custam 10 reais!)

Fazer a unha em salão não é muito comum, muito menos as unhas do pé. Até porque a média de preço é de 80 reias, somente para as mãos! Tendo até mesmo lugares que cobram 135 reais...

(foto com amigas da faculdade, e nossos esmaltes reunidos)

Fazer a sobrancelha custa entre 20 e 40 reais. Depilação de qualquer área não custa menos de 50 reais.

Assustador, não? hehe...Eu tive que pesquisar na internet em sites suecos, porque eu só sabia que era caro, mas não sabia que seria tanto assim! Mas é claro que tudo isso tem um porquê. O trabalho manual na Suécia é muito valorizado e um cabelereiro recebe tão bem quanto muitas outras profissões. Isso favorece muito a igualdade social, fazendo possível todos terem dinheiro suficiente pra viver bem e pagar suas contas, independente do seu emprego.

Já estou com peso na consciência por pagar 5 reais pra fazer a unha no Brasil...

Ps.: Sintam-se à vontade para me mandar perguntas e dicas, por comentário ou e-mail!

Coisas de sueco...

Há mais ou menos um mês eu comecei na academia, afinal não adianta apenas comer bem, é preciso se movimentar!

Mas eu devo confessar: eu nunca gostei de ir pra academia! Já dancei durante muitos anos, mas academia mesmo nunca foi a minha praia. Mas eu engoli meus preconceitos e fiz minha matrícula. E estou adorando e tentando manter um ritmo à medida do possível.

O preço eu achei bem razoável comparando com as academias que conheço no Brasil. Eu como estudante pago 245 coroas por mês (com contrato de um ano), o que corresponde à 60 reais. Tendo direito à ir à qualquer academia da rede Friskis & Svettis (é o nome da academia) em Gotemburgo, e fazer quantas aulas eu quiser.


Mas algumas diferenças "culturais" me chamaram a atenção, coisas que pra mim é realmente MUITO estranho.

Em primeiro lugar é que assim que você passa da área da recepção da academia, tem uma linha que diz "limite dos sapatos", ou seja, o sapato que você usa na rua deve ser tirado e você a partir dali deve andar de meia, e claro, trazer com você um tênis para treinar que esteja bem limpo. Eu acostumada a já ir pronta com a calça, tênis levei um susto quando vi o sinal no chão! Muitas pessoas deixam os sapatos numa prateleira enorme nos vestiários, mas eu que não vou largar meus sapatos lá! Não consigo confiar tanto assim...

Nos vestiários existem vários armários e cada um leva seu próprio cadeado, até aí tudo bem, mas pra mim o estranho mesmo é que os chuveiros são completamente abertos, um do lado do outro, sem porta, sem nada. É claro que os vestiários são divididos entre masculino e feminino, mas eu devo ser mesmo um bicho do mato, porque eu não consigo tomar banho assim ao ar livre na frente de um monte de gente estranha!!

A terceira coisa de sueco da academia é que os alunos que limpam os equipamentos. Por exemplo, a aula que eu mais gosto é a de Indoor Walking, que funciona como o Spinning, só que é de caminhada. Também é uma sala pequena, com pouca luz, música animada e uma professora nos acompanhando. No fim da aula cada um pega uma toalha e um produto pra passar na toalha, e cada um desinfeta o aparelho que usou! Isso eu acho realmente legal, afinal já pensou cada final de aula alguém ter que entrar lá pra limpar tudo ou então deixar os aparelhos sujos com suor de gente diferente o dia inteiro? Na parte de musculação também se espera que os alunos limpem os aparelhos usados, apesar que nem todos fazem isso sempre.
Será que eu sou a única a achar tudo isso esquisito? Estarei sozinha? Tirando a parte do banho "comunitário" acho o resto bem razoável e uma boa idéia para manter o local limpo! Bem coisa de sueco mesmo!

Como eu vim parar na Suécia???

Uma pergunta que já recebi várias vezes e que eu sempre esqueço de contar para aqueles que não me conhecem, é de como eu vim parar na Suécia. Enfim, chegou a hora, né?


Senta que lá vem história!

Em dezembro de 2004 vim para a Suécia pela primeira vez, apenas para visitar um amigo da família e conhecer a Europa.
Em 2006 já planejava voltar para a Suécia com a minha irmã, e acabei conhecendo um sueco muito fofo e simpático pelo orkut, chamado Eric. Depois de um tempo acabei contando dos meus planos de viajar para Estocolmo e marcamos um encontro para o final do ano. Então em novembro minha irmã e eu fomos para Estocolmo e dois dias depois o Eric foi pra lá me conhecer.Isso aconteceu no dia 19 de novembro de 2006 (sim, exatamente há 4 anos e 2 dias!hehe). Pra deixar a história curta, nós ficamos juntos durante a minha viagem e quando eu voltei para o Brasil no começo de fevereiro, nós sabíamos que iríamos nos encontrar novamente...

Em maio de 2007 o Eric foi ao Brasil me encontrar e passar 6 meses. Nesses meses ele conheceu toda a minha família e nos aproximamos ainda mais, então pouco antes dele ir embora decidimos pedir meu visto para eu poder morar na Suécia com ele. Depois de uma entrevista de mais de 2 horas no consulado, muitos documentos, uma espera de 6 meses e muita arrumação de mala, eu finalmente recebi meu visto e pude me mudar para Gotemburgo.

Em junho de 2008 cheguei na Suécia, tive um emprego durante 6 dias (haha), curti o verão e fui aprendendo sueco aos poucos. No fim de agosto de 2008 comecei o curso de sueco, estudei na mesma escola durante 2 anos, onde conheci pessoas de todas as partes do mundo, tive professores maravilhosos e muita ajuda para traduzir meus documentos do ginásio no Brasil pra que eu pudesse entrar na universidade sueca.

No dia 4 de novembro - desse ano - recebi meu visto permanente para morar aqui sem limite de tempo.

Eric e eu continuamos juntos e felizes depois de 4 anos (e dois dias).

O resto vocês podem sempre acompanhar aqui pelo blog, que foi criado logo antes de eu vir morar aqui na Suécia em 2008, para que eu mantesse minha família e amigos atualizados do que acontece desse lado do Atlântico.

Voltando...

Sinto uma culpa enorme por ficar tanto tempo sem vir aqui escrever, e o tempo vai passando e eu fico ainda mais sem graça de escrever alguma coisa. O que é uma besteira, né?

Quero dizer em primeiro lugar que eu adoooro receber emails das pessoas que leem meu blog! Não se acanhem! Podem escrever que eu com certeza vou ler e responder assim que puder. É sempre bacana conhecer pessoas que passam por histórias similares!

Estou de volta!